terça-feira, 31 de maio de 2011

José Luís Peixoto reading from "A Criança em Ruínas"

Na hora de por a mesa



José Luís Peixoto - na hora de por a mesa éramos cinco

na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.

Diálogo com a Serenidade

Diálogo com a Serenidade



“... a calma tinha-se aproximado de mim como não me conhecesse... eu já a conhecia há muito pese embora os grandes momentos em que não a via ou não me encontrava com ela... porém, naquela vez, ela fez de conta que não sabia quem eu era... aproximou-se mansamente e como quem não quer a coisa, saudou-me ao de leve com um leve acenar pela passagem, pelo encontro... não lhe liguei demasiada importãncia mas educadamente correspondi ao seu aceno e sorri-lhe... foi nesse momento que ela olhou para mim e, de chofre, me perguntou: - Porque sorris?... Naquele instante não encontrei resposta mas uns segundos após, saiu-me uma frase lenta e suave: - Porque não haveria de sorrir?... Acho estranho, disse ela: Estás sempre preocupado, cheio de problemas, a tua cabeça é um vulcão, a tua alma desespera, o teu coração bate e os teus olhos não choram... Pois, respondi eu, eu sei mas por vezes caio em mim e entendo que de nada me vale o lamento; por certo que estou errado quando desfaleço e sentado ou deitado me concentro nas agruras da vida; depois penso que a vida é apenas aquilo que dela fazemos, aquilo que dela queremos, aquilo que dela podemos tirar... a vida nada nos dá excepto ela mesma, ou seja, ela se nos entrega numa única vez e após instalada em nós, somos nós mesmos que a gerimos... temos esse poder, o poder de moldar os dias, as horas, os minutos e até mesmo os segundos dos nossos momentos aqui e agora, ontem e, quem sabe senão ela, também amanhã... somos nós que decidimos enfrentar ou não o momento que se nos depara, seja ele bom ou mau... é apenas uma questão de escolha... mas tu não eras asssim, disse-me ela, a calma... sim, eu sei... na verdade, a vida foi tão diversa e tão cheia de coisas e coisas que houve vezes em que não te consegui enfrentar ou mesmo aceitar e desesperei... porém, houve também momentos em que soube que me podias ajudar... por isso te sorri agora... sei que me podes inundar e tornar-me pleno de mim mesmo e conceder-me ainda mais a capacidade de me dar ainda mais do que já tentei... sei que me ajudarás... porque me trazes a sabedoria, a sensatez, a alegria, a ternura de me saber feliz ao sentir que amo, que o caminho que percorro é o único que me pode serenar, o único que me pode pacificar, a caminhada plena para amar... e, com amor, se ama e com amor se perpectua a nossa vida, mesmo para além da morte... por isso, hoje, te sorrio por saber o quanto amo quem amo, quem me dá a plenitude da serenidade, num amar terno e seguro, forte e puro, real que de tão real, a ti o juro...


Joaquim Nogueira







http://lobices-4.blogspot.com/


Bebe moviéndose

causas

http://www.causes.com/causes/615582

http://amarcax.blogspot.com/

Stok - Tylko Ty Kochanie

sábado, 28 de maio de 2011

Carolina Beatriz Ângelo

Foi a 28 de Maio de 1911. Faz hoje 100 anos.
"Carolina Beatriz Ângelo (1877−1911) dirigiu-se à Assembleia Eleitoral de Arroios, instalada no Clube Estefânia, em Lisboa, para votar nas eleições para a Assembleia Constituinte.

Semanas antes, requerera na Comissão de Recenseamento do Bairro onde residia a sua inclusão nos cadernos eleitorais, alegando preencher todas as condições especificadas no artigo 5.º do Decreto com força de Lei de 14 de Março de 1911*: tinha mais de 21 anos, sabia ler e escrever e era “chefe de família” pois, viúva há mais de um ano, provia ao seu sustento e ao da sua filha de oito anos com o seu trabalho como médica (fora a primeira mulher cirurgiã a exercer em Portugal). Perante a recusa de tal pretensão pelo Ministro do Interior, António José de Almeida, recorreu do correspondente despacho para o tribunal. Por sentença proferida a 28 de Abril, o juiz da 1ª Vara Cível de Lisboa, João Baptista de Castro, pai de Ana de Castro Osório (activista dos direitos das mulheres e presidente da Liga das Sufragistas Portuguesas), deu provimento ao pedido da médica e mandou incluí-la nos cadernos eleitorais, considerando que excluir a mulher “de ser eleitora e ter intervenção nos assuntos políticos (…) só por ser mulher (…) é simplesmente absurdo e iníquo e em oposição com as próprias ideias da democracia e justiça proclamadas pelo partido republicano, porquanto desde que a reclamante tem todos os predicados para ser eleitora não pode arbitrariamente ser excluída do recenseamento eleitoral, porque onde a lei não distingue não pode o julgador distinguir”.

Apoiada na autoridade desta decisão, Carolina votou nesse dia. Foi a primeira mulher a fazê-lo em Portugal – e durante largos anos a única.

O episódio teve enorme repercussão mediática e foi entusiasticamente celebrado como uma vitória nos muitos movimentos que em Portugal e por toda a Europa lutavam pelo sufrágio feminino. Mas causou também consternação e, sobretudo, embaraço às autoridades republicanas, muito pouco favoráveis ao voto das mulheres.

Porque a verdade é que muito embora a letra do artigo 5.º do referido Decreto com força de Lei de 14 de Março de 1911, ao conferir o direito de voto a “todos os portugueses”, aparentemente não diferenciasse homens e mulheres, a intenção do legislador fora — era sabido – bem outra: conceder tal direito apenas aos primeiros. Carolina Beatriz Ângelo, que desde os tempos de estudante militava nas organizações feministas republicanas, tendo-se dedicado muito especialmente à causa do sufrágio feminino, viu nesta incongruência da lei uma oportunidade que tratou de aproveitar.

Para evitar a repetição e, quem sabe, a multiplicação de tão lamentável episódio, o novo Código Eleitoral, aprovado pela Lei de 3 de Julho de 1913, especificava com total clareza que seriam eleitores “todos os cidadãos portugueses do sexo masculino”** — explicitamente negando o voto à mulher. Ainda que fosse letrada e/ou chefe de família.

Carolina Beatriz Ângelo não viveria, contudo, para presenciar este retrocesso na causa em que tanto se empenhara: morreu, poucos meses depois, de ataque cardíaco, a 3 de Outubro de 1911. Tinha 33 anos e a sensação de “ter vivido muito em pouco tempo”***.





* Artigo 5.º do Decreto com força de Lei de 14 de Março de 1911, estabelecendo as regras a observar na eleição dos deputados à Assembleia Constituinte: “São eleitores todos os portugueses maiores de vinte e um annos á data de 1 de maio do anno corrente, residentes em território nacional, comprehendidos em qualquer das seguintes categorias: 1.º os que souberem ler e escrever; 2.º os que forem chefes de família, entendendo-se como tal aqueles que há mais de um anno, á data do primeiro dia do recenseamento, viverem em commum com qualquer ascendente, descendente, tio, irmão ou sobrinho, ou com a sua mulher, e proverem aos encargos da família.”

** Artigo 1.º da Lei n.º 3, de 3 de Julho de 1913, estabelecendo um novo Código Eleitoral: “São eleitores de cargos legislativos e administrativos todos os cidadãos portugueses do sexo masculino, maiores de 21 anos ou que completem essa idade até o termo das operações de recenseamento, que estejam no pleno gôzo dos seus direitos civis e políticos, saibam ler e escrever português e residam no território da República Portuguesa.”

*** Carta a Ana de Castro Osório, Julho de 1911.


via
http://www.etudogentemorta.com/2011/05/a-chefe-de-familia/

Sarabande

Pachelbel's Canon

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O «mundo» dela

O «mundo» dela*

«Do livro (oficial), de autoria de um Bonifácio Qualquer Coisa (ou Qualquer Coisa Bonifácio, não me lembro) por onde eu e a minha geração estudámos Filosofia no antigo 7º ano ficaram-me para sempre duas expressões particularmente profundas. Uma a de que «o mundo é a casa dos rapazes e a casa é o mundo das raparigas»; outra a de que a distracção é própria «das crianças, dos sábios e dos basbaques».
A deputada socialista Inês Medeiros é muito nova e não deve decerto (mas que sei eu?) ter lido o Bonifácio. Mas o longo braço filosófico do lamentável Mestre parece ter, de algum sinuoso modo, alcançado a sua por assim dizer Weltanschauung. Porque a sua casa é, está visto, o seu «mundo». Só que, apesar de recenseada por Lisboa, esse «mundo» é em Paris. E precisa de ir lá todas as semanas para «fazer compras, ver se os filhos fizeram os trabalhos de casa, arrumar a casa, preparar a ementa para a semana». Por isso exige, justificadamente, que o Parlamento lhe pague semanalmente uma viagem de ida e volta a Paris. Na verdade, até deveria exigir viagens diárias porque uma boa «dona de casa» arruma o lar todos os dias, vai às compras todos os dias e verifica se os filhos fazem os deveres todos os dias e não só uma vez por semana. E vá lá que não tem casa na Lua, se não o Parlamento teria que lhe pagar o «Vaivém» espacial todas as semanas (ou todos os dias).
Quando aceitou representar o pindérico papel de deputada, ter-se-á distraído. Ou ninguém lhe disse que a Assembleia da República funcionava em Lisboa e não nos Grands Boulevards e, nesse caso, está perdoada, ou não lhe ocorreu que, parlamentando em Lisboa, não poderia, naturalmente, «arrumar a casa» em Paris e teria que contratar alguma femme de ménage ucraniana ou portuguesa; nem igualmente lhe terá ocorrido que, declamando em S. Bento, lhe seria problemático continuar a «fazer compras» em Paris; e muito menos ver (em Paris) «se os filhos fizeram os trabalhos de casa» e preparar (em Paris) «a ementa para a semana», tudo funções domésticas, como ensina Bonifácio, inalienáveis das «raparigas» (e das «esposas» e «mães»).
Vendo o vídeo da entrevista que, sobre o assunto, deu à Sábado, a deputada parece não ser uma criança e muito menos uma basbaque. Resta a hipótese de a sua distracção ser a própria dos sábios.
Talvez Inês Medeiros seja sábia, talvez não. Sabida, pelo menos, é. Se não veja-se o que diz na mesma entrevista sobre a controvérsia que vai na AR acerca da acusação de que Sócrates terá mentido no Parlamento: «Não sei se mentiu, se não mentiu, mas se mentiu nem acho que seja assim muito grave...»
A tirada não é feliz. Deveria ter dito, como está nos diálogos da peça, que o primeiro-ministro não mentiu e que grave é alguém acusá-lo disso. Também talvez não devesse ter dito tantas vezes «não sei» e «não me lembro» sobre os patrocínios que recebeu da PT e da REN, dos imaginosos e prolíficos autores Rui Pedro Soares & Penedos. É sempre triste ver uma actriz, mesmo secundária, incapaz de decorar um papel.»
* Manuel António Pina, jornalista
Março 2010

quarta-feira, 25 de maio de 2011

RTP - NÓS, VENCEDORES

RTP - NÓS, VENCEDORES

"Nós, Vencedores" é um programa que renuncia o lamento e o fatalismo. Traz-nos histórias de quem não se conformou.
De quem, perante um problema, arregaçou as mangas, lutou e... venceu. Todas as semanas um tema diferente, histórias de vitórias distintas. A conversa com quem venceu a crise, com quem venceu o cancro, com quem venceu o vício. Vamos conhecer histórias de quem venceu a infertilidade, de quem venceu a deficiência, de quem venceu o medo. Um programa recheado de bons exemplos. De gente que deu a volta ao destino e escreveu o seu próprio final feliz. Realização de Sónia Morais Santos Produção de Joana Jorge De 2ª a 6ª Feira às 18h55

Ler Mais Ler Melhor Livro da Vida de Daniel Sampaio

Memórias do Futuro, Narrativa de Uma Família - Daniel Sampaio

O livro «Memórias do Futuro. Narrativa de um Família», de Daniel Sampaio...



Com 78 anos de idade, o narrador e personagem principal deste novo livro de Daniel Sampaio é um dia confrontado com uma situação comum a muitos homens da sua idade -- o casamento de um neto. Convidado para a festa, feliz por não ter sido esquecido, parte para uma longa viagem mental nas profundidades da sua memória. Começa por esse neto, Afonso, que o fez sentir velho pela primeira vez, aos 60 anos; aqui recupera a memória de Luísa, a colega na escola onde ambos ensinavam e partilhavam projectos e sonhos profissionais; recua até aos 40 anos, à figura de Mariana, sua mulher e companheira de sempre, mas que por esta altura da vida o confronta com a fragilidade das relações humanas, a começar pelo amor; e enfim, chega aos 20 anos, à adolescência e à juventude, onde tudo começa, para o bem e para o mal.

terça-feira, 24 de maio de 2011

"the Gene"

Knowing "the Gene"

Dia 25 - 1ª Parte

http://tv.up.pt/channels/conferencias

U 100anos

Fantasia: 70th Anniversary Tribute Part 1 of 4



A tribute to Walt Disney's Fantasia in time for the 70th Anniversary Diamond Edition release later this year.
I worked really hard on this so please be nice.
Fantasia and Fantasia 2000 are (C) Walt Disney Studios.

Part 1
Bach: Toccata and Fugue for Organ in D Minor
Tchaikovsky: The Nutcracker, Ballet Suite for Orchestra
Dukas: The Sorcerer's Apprentice
Stravinsky: The Rite of Spring

Fantasia: 70th Anniversary Tribute Part 2 of 4



Part 2
Beethoven: Symphony No. 6 in F Major, "Pastoral"
Ponchielli: Dance of the Hours (from La Giaconda)
Mussorgsky: A Night on Bald Mountain
Schubert: Ellens Dritter Gesang, "Ave Maria" (from The Lady of the Lake)

Fantasia: 70th Anniversary Tribute Part 3 of 4



Part 3
Beethoven: Symphony No. 5 in C Minor, "Fate"
Respighi: The Pines of Rome
Gershwin: Rhapsody in Blue
Shostakovich: Piano Concerto No. 2 in F Major

Fantasia: 70th Anniversary Tribute Part 4 of 4



Part 4
Saint-Saëns: The Carnival of the Animals
Elgar: Military Marches for Orchesta, "Pomp and Circumstance"
Stravinsky: The Firebird, Ballet Suite for Orchestra No. 2
Debussy: Clair de Lune (from Suite Bergamasque)
Parte 1
Bach: Toccata e Fuga para Órgão em D Menor
Tchaikovsky: O Quebra-Nozes, Ballet Suite para Orquestra
Dukas: The Sorcerer's Apprentice
Stravinsky: A Sagração da Primavera

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Bob Dylan talks about Elis Regina

Entering the 5th dimension

http://www.youtube.com/watch?v=YyMmLVOcaP4

Harvey Fineberg: Estamos preparados para a neo-evolução?



O especialista em ética médica Harvey Fineberg mostra-nos três possíveis caminhos para uma espécie humana em constante evolução: deixar completamente de evoluir, evoluir naturalmente -- ou controlar os próximos passos da evolução humana através da alteração genética, de forma a nos tornarmos mais inteligentes, mais rápidos, melhores. A neo-evolução está ao nosso alcance. O que faremos com ela?

http://www.ted.com/talks/lang/por_pt/harvey_fineberg_are_we_ready_for_neo_evolution.html

diz que disse...

http://ouvidizer.com/



http://blasfemias.net/



http://ablasfemia.blogspot.com/

Mostra




Sinopse: Neste belo e perturbador filme, o diretor Kielowski analisa a Polónia moderna com seus princípios socialistas. Utilizando uma quantidade mínima de diálogos, o cineasta se concentra no poder da imagem e das cores.Quando um jovem polonês desempregado, obcecado pela violência, mata friamente um motorista de taxi, um advogado recém-formado é designado para defendê-lo. Kieslowski demonstra através dos três protagonistas a anatomia de um crime e os meandros da justiça de um Estado totalitário.



http://www.youtube.com/watch?v=L1tW9HGi0qM&feature=related

Os Velhos- Foi Assim que as Coisas Ficaram



http://uniaodefacto.blogs.sapo.pt/

domingo, 22 de maio de 2011

Observador

Entrevista

voe para o sonho

circulo.gif


"Fazer parte de um grupo de mulheres é um grande compromisso com a vida, é um ato de coragem e de amor. Conhecer os segredos da vida, as vozes do inconsciente, o canto das fadas e o encanto dos seres do mundo paralelo são uma nova forma de viver, de envolver-se e de amar, as mulheres reunidas em Círculos igualitários com um centro espiritual, podem transformar seu mundo pessoal e até o Mundo através do apoio mútuo, para que elas possam confiar e colocar em prática os seus princípios femininos de nutrição, apoio e conexão.

Os círculos fortalecem um vínculo afetivo capaz de despertar a beleza e a verdade, a criatividade e a espiritualidade. É uma forma arquetípica que parece familiar à psique da maioria das mulheres. Ele é pessoal e igualitário

De acordo com ‘Jean Shinoda Bolen ' em o Milionésimo Círculo, quando um Círculo de mulheres está centrado, ele forma uma roda ou uma Mandala invisível'. O círculo reúne-se como que ao redor de um fogo sagrado no centro de uma lareira redonda. O centro é o que torna o Círculo especial ou sagrado. O centro invisível, como fonte de energia, compaixão e sabedoria. No círculo, como na vida, as mais valiosas lições surgem do fato de termos feito o melhor nas circunstâncias mais difíceis'.

O Círculo também é um dos símbolos associados à Deusa e ao feminino. Representa os muitos ciclos da vida e nós, mulheres, carregamos em nosso corpo todas as Luas, todos os ciclos, o poder do renascimento e da morte. Sendo assim, este arquétipo está diretamente ligado à mulher. No México, diz-se que as mulheres têm a Luz de La vida. Essa luz está localizada, não no coração da mulher, não atrás de seus olhos, mas em los ovários, onde todas as sementes estão armazenadas antes mesmo que ela nasça.

“Se a lua habita no seu coração e você sente o convite do mistério como um canto de sereia, irresistível e belo, vem, solta seus pés como uma dançarina, abre um sorriso para a vida, use seus braços como asas de uma borboleta e voe para o sonho"...

http://mulheresquedancamcomoslobos.blogspot.com/




Círculo de água

Amor Electro - Capitão Romance

Capela do Espírito Santo

Capela do Espírito Santo
Capela do Espírito Santo
Capela do Espírito Santo
Capela do Espírito Santo
Capela do Espírito Santo
Capela do Espírito Santo
Capela do Espírito Sanro
Capela do Espírtio Santo - Sesimbra

concelho de Sesimbra

mind recipes

http://www.mindrecipes.com/

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Canto a la libertad (Labordeta) ¡HIMNO DE ARAGÓN YA!

"o santo chora e é humano. Deus está calado"

"Há sempre um lado inútil na arte porque não se traduz imediatamente em valores contabilizáveis em termos económicos. (Bom, há artes cujos objectos são apropriáveis e também transaccionáveis nesses termos como sabemos). Mas isso não é o essencial. Se servir para enriquecer e transformar a vida das pessoas a arte é inestimável e tem um valor incomensurável. Sempre existiu. Precede o capitalismo de muitos milhares, senão milhões, de anos. Mas não é assim que as artes são vistas do ponto de vista dominante hoje. O seu carácter de mercadoria tende a ocupar e desalojar a sua função primordial. Pessoalmente estou muito cansado de ver, primeiro, os artistas portugueses não muito bem tratados - alguns muito mal tratados -, segundo, o trabalho que fazem ser negligenciado ou desqualificado, por vezes, em troca de relações muito desiguais de import/export cultural no quadro global - com este défice ninguém se preocupa muito - e, terceiro, sendo os subsídios estatais o aspecto mais vezes trazido à discussão pública pelos adeptos e arautos do mercado como único critério de avaliação, daí resultarem dois efeitos perversos: 1) uma espécie de desmoralização geral nestas áreas; 2) em alguns casos, face à transformação de algumas áreas em pequenos feudos (reais) com grande capacidade de contestação, haver várias estratégias e maneiras de desfocar o verdadeiro problema, de não encarar a arte no que penso ser a sua verdadeira função e carácter; 3) justamente por haver muitas maneiras de disfarçar o que está em causa, por vezes, os próprios artistas não são capazes de evitar as armadilhas que lhes são lançadas no quadro estrutural que é próprio dos campos de produção cultural: lugares de disputas. Nada disto muda o essencial. Mas o artista é humano. Cito Bernardo Soares: "o santo chora e é humano. Deus está calado"."

António Pinho Vargas

"Perfetto non so" (1982) - Mina Mazzini

Vinicio Capossela Scivola vai via




http://www.allthelyrics.com/lyrics/vinicio_capossela/

Vinicio Capossela - La bianchezza della balena

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ennio Morricone - Cinema Paradiso

Haden / Metheny - Cinema Paradiso

The Lounge Lizards - Do The Wrong Thing

RTP - DIÁRIO CÂMARA CLARA

RTP - DIÁRIO CÂMARA CLARA

SOS

DOC2DOCK: "SOS: SAVE OUR SUPPLIES" from In Secret Agreement on Vimeo.



http://vimeo.com/20398773

Van Der Graaf Generator - A Plague Of Lighthouse Keepers (Pawn Hearts)




A Plague Of Lighthouse Keepers :
Eyewitness
Pictures / Lighthouse
Eyewitness
S.H.M
Presence Of The Night
Kosmos Tours
(Custard's) Last Stand
The Clot Thickens
Land's End (Sineline)
We Go Now

Mujava - Township Funk (Crazy P Remix)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Titus Tucker

http://chemixtapes.bandcamp.com/album/excuse-my-ambition

Lluis llach - I si canto trist

LLUIS LLACH -I SI CANTO TRIST-NHCROB

Lluís Llach - " Campanades a Morts " (Gasteiz 2006)

"P de Professor" por Gilles Deleuze (Parte 3)

Abecedário Deleuze - P de Professor (Parte 2)

Abecedário Deleuze - P de Professor (Parte 1)



A série de entrevistas, feita por Claire Parnet, foi filmada nos anos 1988-1989. Como diz Deleuze, em sua primeira intervenção, o acordo era de que o filme só seria apresentado após sua morte. O filme acabou sendo apresentado, entretanto, com o assentimento de Deleuze, entre novembro de 1994 e maio de 1995, no canal (franco-alemão) de TV Arte. Deleuze morreu em 4 de novembro de 1995. A primeira intervenção de Claire Parnet foi feita na ocasião da apresentação (1994-1995), enquanto a primeira intervenção de Deleuze é da época da filmagem (1988-1989).

Beirut 'Postcards From Italy'

terça-feira, 17 de maio de 2011

Uma advertência

http://adevidacomedia.files.wordpress.com/2011/05/cartaz.jpeg

Julieta Venegas & Lenine - Miedo (Acústico/Unplugged MTV)



Julieta Venegas, grande cantora mexicana e Lenine, grande artista brasileiro, cantando "Miedo" no Unplugged MTV Julieta Venegas. Um talentoso dueto, uma junção de vozes sensacionais, uma união musical da América Latina.



Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tienen miedo de subir y miedo de bajar
Tienen miedo de la noche y miedo del azul
Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor

Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de ascender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar

Tienen miedo de reir y miedo de llorar
Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienen miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor

El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se aprieta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar

Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo

Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara, medo de encarar
Medo de calar a boca, medo de escutar
Medo de passar a perna, medo de cair
Medo de fazer de conta, medo de dormir
Medo de se arrepender, medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez

Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo... que dá medo do medo que dá
Miedo... que da miedo del miedo que da

o melhor das instituições e das pessoas

A confiança e a cooperação

"A silagem da vida pessoal e comum é o pior caminho. Te­mos de sair de nós, dos iguais a nós, dos que só pensam como nós e dar os novos nós de que este país precisa para construir um futuro melhor, aberto, fundado sobre o encontro, sobre os nossos valores partilhados, à medida dos nossos passos. Temos de traba­lhar nas fronteiras, não dentro. O nosso direito não consiste em garantirmos todos os nossos direitos, porque, como diz Lèvinas, os direitos do homem são "originariamente os direitos do outro homem". A nossa responsabilidade é o nosso dever de cuidado do outro, de acolhimento do outro, que é o lugar onde nasce a necessidade imperiosa da justiça, o lugar onde a polis é essa praça de hospitalidade onde estão todos os outros, sujeitos e autores da história. Não há amanhãs que cantam. Ou são os nossos passos que atravessam as fronteiras e reconhecem e cooperam e se com­prometem ou não haverá mais caminho (ainda que se continue penosamente a caminhar sem se saber para onde).A manter-se o quadro de desconfiança em que se vive é mpossível avançarmos, que não seja para entrarmos no jogo do avança-recua-avança-recua, isto é, num jogo de resultado zero. Um jogo que se joga mesmo em exaustão, mas apenas porque tem de ser. Por sua vez, a confiança é um caminho, mais, é o caminho. Como é que se gera a confiança, como é que ela se alimenta e prolonga no tempo?Como diz Elinor Ostrom (2009), essa questão pode enunciar-se, no quadro da sua teoria dos sistemas e da governan­ça policêntrica, do seguinte modo: como incentivar instituições policêntricas a serem mais inovadoras, aprendentes, confiantes, cooperantes em ordem a um desempenho social mais eficaz, mais equitativo e sustentado?A confiança desempenha um papel central nas relações so­ciais e na resolução dos problemas concretos. Desde logo, em cada comunidade local. Se queremos mesmo mudar de política educacional, a questão não consiste mais em saber como é que nos podemos relacionar melhor com o Estado, como é que este nos vai apoiar mais, como é que lutamos entre nós pelos "seus" sub­sídios e recursos, mas sim como é que socialmente nos organiza­mos para o sucesso dos nossos alunos, como é que robustecemos a nossa capacidade de alcançar melhorias, em cada escola, como é que desenvolvemos a cooperação, as sinergias e, sobretudo, como é que fazemos emergir mais e melhores compromissos comuns, em prol do bem comum, aplicando bem os nossos tão escassos recursos.A retórica da debilidade da sociedade civil, como dissemos, corresponde a uma fabricação do Estado autoritário e uniformi­zante para justificar o seu intervencionismo sem limites. E não nos deixa sequer ver que é este intervencionismo que gera as mais variadas debilidades e as mais servis dependências e que a persis­tência deste modelo só perpetua as debilidades. E também não deixa ver que a principal debilidade está na falta de inteligência e solidariedade com que o mesmo Estado actua e delapida recursos comuns.Já Stuart Mill, em meados do Séc. XIX, dizia que "a ca­racterística peculiar do ser humano civilizado é a capacidade de cooperação. E esta, como todas as outras faculdades humanas, tende a desenvolver-se com o uso e roma-se capaz de abranger uma gama cada vez maior de acções". Nesta premissa antropológica profetizou, em 1848: "não há nada de mais seguro, entre as mudanças sociais do futuro próximo, do que um crescimen­to progressivo do princípio e da prática da cooperação" (Bruni, 2010). Pena foi que a economia de mercado, colocada diante do desastroso arranque do Séc. XX -Primeira Guerra Mundial e Re­volução Soviética - tivesse feito uma deriva para uma lógica tão servil ao lucro, quando sempre lhe esteve aberto o campo da livre inicitiva e da cooperação para a resolução dos problemas huma­nos. Mas estamos sempre a tempo, como já se pressente um pouco por todo o mundo, de seguir um rumo diverso.Somos pessoas e somos cidadãos, não somos consumidores estatais e votantes (mesmo que possamos livremente votar e até, quando necessário, "votar com os pés"). Vivemos num contexto de profunda transição cultural (não apenas de crise financeira ou económica) e já não chega repetirmos o disco de sempre: o mer­cado falha, os indivíduos estão desorganizados e não estão dis­postos a resolver os seus problemas, a sociedade civil é débil, logo o governo vai ter de resolver! Ou então que a escola de virtudes é a vida privada, que o bem-ser e o bem-estar são problemas que se colocam apenas quando acabamos o nosso trabalho, pois serão problemas pós-produtivos e pós-públicos.Chega de cairmos nestas armadilhas da perpetuação, por um lado, da exploração estatista da sociedade e do adormecimen­to desta num colo de proteccionismo estatal e, por outro, da ex­ploração humana pelo trabalho, quando mercado e civilidade são amplamente compatíveis (Bruni, 2010)) É preciso fazer o luto de um século XX desperdiçado e avançar sem medo para novos ága­pes, reconstruindo aí, no encontro e na pólis, a própria política.

Precisamos sobretudo de construir mais e mais confiança no outro (pessoas e instituições) e desenvolver em comum regras institucionais bem combinadas com os contextos concretos. Estas relações de confiança constituem uma causa e um efeito dessa abertura ao outro, dessa capacidade de ousar trabalhar nas fron­teiras. As pessoas têm motivação e capacidade para resolverem os seus problemas. Quem diz que não têm é quem ou quer conti­nuar a deter um poder de controlo sobre os outros, para os mais variados fins de escravização, ou não percebeu ainda como é que se podem gerar ambientes e desenhar quadros institucionais que favoreçam essa mobilização das capacidades das pessoas e das ins­tituições. Ora, esse constitui o papel central das políticas públicas: facilitar a geração desses ambientes e o desenho desses quadros institucionais que tragam, em liberdade de acção e organização, o melhor das instituições e das pessoas (...)."



Joaquim Azevedo (2011), Obra citada

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http://terrear.blogspot.com/

Viva

REQUIEM FOR A DREAM



«Matar o sonho é matar-mo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.»
Fonte: "Livro do Desassossego"

Autor: Fernando Pessoa

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http://sotepeco5minutos.blogspot.com/

Amalia Rodrigues "Estranha forma de vida" Fado

POEMA DE ALBERTO PEREIRA " MULHERES ALGEMADAS



POEMA DO LIVRO " AMANHECEM NAS RUGAS PRECIPÍCIOS" DE ALBERTO PEREIRA

VOZ E VÍDEO : ZÉLIA SANTOS

Sylvia McNair- Jerome Kern: A Fine Romance

Judi Dench - A Fine Romance 1981

A Fine Romance - Part 1

Relative Values - Part 1

ANGEL EYES FULL MOVIE PART 1

ANGEL EYES FULL MOVIE PART 2

ANGEL EYES FULL MOVIE PART 3

ANGEL EYES FULL MOVIE PART 4

ANGEL EYES FULL MOVIE PART 5

ANGEL EYES FULL MOVIE PART 6

ANGEL EYES FULL MOVIE PART 7

ANGEL EYES FULL MOVIE PART 8

ANGEL EYES FULL MOVIE PART 9

ANGEL EYES FULL MOVIE PART 10

ANGEL EYES FULL MOVIE PART 11

ANGEL EYES FULL MOVIE PART 12

ANGEL EYES FULL MOVIE PART 13 THE END

Angel Eyes



Des films noirs et des autres genres de films, les femmes fatales avec les yeux des anges.


Song: "Angel Eyes," music by Matt Dennis, lyrics by Earl Brent. Performed by Bruce Springsteen.


Thanks to everyone who commented (and, hopefully, will comment) and said such nice things about my video. I'd like to reply to all of you and thank you for your kind words, but I don't want to clutter up the comments. But know that what you've all said is appreciated and encouraging.

And if any viewers out there want to leave constructively critical comments, please feel free.


Film clips:

Marie Windsor in THE NARROW MARGIN (1952)
Cleo Moore in ON DANGEROUS GROUND (1951)
Claire Trevor in BORN TO KILL (1947)
Veronica Lake in THIS GUN FOR HIRE (1942)
Ella Raines in PHANTOM LADY (1944)
Louise Brooks in PANDORA'S BOX (1928)
Jean Gillie in DECOY (1946)
Jane Russell in HIS KIND OF WOMAN (1952)
Anne Baxter in THE BLUE GARDENIA (1953)
Lauren Bacall in THE BIG SLEEP (1946)
Jane Greer in OUT OF THE PAST (1947)
Rita Hayworth in THE LADY FROM SHANGHAI (1948)
Bibi Andersson and Liv Ullmann in PERSONA (1966)
Lana Turner in THE POSTMAN ALWAYS RINGS TWICE (1946)
Simone Simon in CAT PEOPLE (1942)
Clara Bow in MY LADY OF WHIMS (1925)
Ingrid Bergman in ARCH OF TRIUMPH (1948)
Monica Vitti in L'ECLISSE (1962)
Marie Windsor in THE NARROW MARGIN (1952)
Anna May Wong in PICCADILLY (1929)
Ella Raines in PHANTOM LADY (1944)
Gloria Grahame in THE BIG HEAT (1953)
Ava Gardner in THE KILLERS (1946)
Lizabeth Scott in DEAD RECKONING (1947)
Hedy Lamarr in ALGIERS (1938)
Ella Raines in PHANTOM LADY (1944)
Gene Tierney in LAURA (1944)
Joan Crawford in MILDRED PIERCE (1945)
Dorothy Dandridge in ISLAND IN THE SUN (1957)
Constance Dowling in BLACK ANGEL (1946)
Mary Meade in T-MEN (1947)
Rita Hayworth in GILDA (1946)
Peggy Cummins in GUN CRAZY (1950)
Lizabeth Scott in DEAD RECKONING (1947)
Fay Helm in PHANTOM LADY (1944)
Louise Brooks in PANDORA'S BOX (1928)
Marlene Dietrich in SHANGHAI EXPRESS (1932)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Prisao em Si - Xutos & Pontapés

O SENTIMENTO DE UM OCIDENTAL , Cesário Verde - João Villas Boas




Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.


O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.

Batem os carros d'aluguer, ao fundo,
Levando à via férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista exposições, países:
Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!

Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros.

Voltam os calafates, aos magotes,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;
Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes.

E evoco, então, as crónicas navais:
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado!
Luta Camões no mar, salvando um livro a nado!
Singram soberbas naus que eu não verei jamais!

E o fim da tarde inspira-me; e incomoda!
De um couraçado inglês vogam os escaleres;
E em terra num tinir de louças e talheres
Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.

Num trem de praça arengam dois dentistas;
Um trôpego arlequim braceja numas andas;
Os querubins do lar flutuam nas varandas;
Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!

Vazam-se os arsenais e as oficinas;
Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras;
E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras,
Correndo com firmeza, assomam as varinas.

Vem sacudindo as ancas opulentas!
Seus troncos varonis recordam-me pilastras;
E algumas, à cabeça, embalam nas canastras
Os filhos que depois naufragam nas tormentas.

Descalças! Nas descargas de carvão,
Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;
E apinham-se num bairro aonde miam gatas,
E o peixe podre gera focos de infecção!



Cesário Verde
1855-1886

O Livro de Cesário Verde
posfácio e fixação do texto: António Barahona
Assírio & Alvim

sociedade

bebe tapado com a toalha.JPG




http://www.blogger.com/profile/13822172378255036953


http://sociedadepediatrica.blogspot.com/

sábado, 14 de maio de 2011

Chronicle



http://chronicle.com/section/Home/5/

" MEIO DIA DA VIDA"

" MEIO DIA DA VIDA"

O MEIO DIA DA VIDA
A SOMBRA DIMINUIDA
QUANTO A SOMBRA O PODE SER
TUDO É LUZ E ESPERANÇA AINDA
DIGAM SE HÁ HORA MAIS LINDA
P'RA PARAR E P'RA MORRER

QUANDO O SOL MAIS ALTO VAI
FAZ-SE TREVA
A SOMBRA CAI
E O QUE FOI JÁ NÃO EXISTE
DIGAM SE HÁ HORA MAIS LINDA
P'RA PARTIR SEM UM SOL PÔR
E SEM CREPÚSCULO TRISTE

António Gedeão

Natália Correia - Escritora / Poeta

Cântico do País Emerso (VIII) - Natália Correia




VIII

Não sou daqui. Mamei em peitos oceânicos
Minha mãe era ninfa meu pai chuva de lava
mestiça de onda e de enxofres vulcânicos
Sou de mim mesma pomba húmida e brava.

De mim mesma e de vós, ó capitães trigueiros
barbeados pelo sol penteados pela bruma!
Que extraístes do ar dessa coisa nenhuma
A génese a pluma do meu país natal.

Não sou daqui das praias da tristeza
do insone jardim dos glaciares
levai minha nudez minha beleza
e colocai-a à sombra dos palmares.

Não sou daqui. A minha pátria não é esta
Bússola quebrada dos impulsos.
sou rápida Sou solta Talvez nuvem
Nuvens minhas irmãs que me argolais os pulsos!
Tomai os meus cabelos Levai-os para a floresta.

É lá que o meu amigo pastor de estrelas pasce
O marulho das folhas com pássaros nas vozes
O sol adormecido nos braços da giesta
A manhã rarefeita na corrida do alce
O luar orbitado no salto da gazela
Os animais velozes do sítio onde se nasce...

Levai-me, peixes da minha pele itinerante!
Quero ir à pesca colher no espelho da laguna
O lírio da nudez a perdida inocência
O coração do bosque a dar-se sem penumbra
visto através da minha transparência.

Levai-me, ó minhas mãos branco exílio de ramos!
meus dedos virtuais folhas de palma!
Sois os órgãos sensíveis da choupana
Onde quero deitar a minha alma.

Levai-me, olhos meus implícitas montanhas
Florescência de cumes para poisarem águias!

Quero ter pensamentos que me cheirem a lenha
esfregar o espírito em plantas aromáticas
uma alma com pétalas guerrilheiras selvagens

Abertas a uma luta de prata verdadeira
Uma alma que sej verde que tenha asas
E dance nua para os deuses da fogueira...

jogai, jogo do arc laço azul infância coisas
que o desencanto confisca e abandona na cave!
como uma criança joga papagaio jogai
Este farrapo de ânsia poeira da cidade
onde ninguém tem pressa de ser ave;

E tu, anjo de pedra do meu grito! Anjo
esculpindo em pranto seco! Anjo enxuto!
Tu que me afogas o olhar no infinito
e as mãos no lodo dum gesto irresoluto

tece, ó arranha de luz no esconso da garganta!
coração de andorinha estrangulada!
O luar o jardim a cigarra que canta
O leito de verdura para eu me dar à esperança,
rosa que aspiro num esquivo vão de escada.

de Natália Correia

Cântico do País Emerso (VIII) - Natália Correia

Peter Gabriel - The Book of Love

Time to decorate the nursery

Beethoven, Symphony No 7, II Karajan, Berliner Phil

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Erykah Badu - Honey ( Captain Planet Remix)

Kuriositas



http://www.kuriositas.com/

Meteo




http://www.meteo.pt/pt/sismologia/actividade/

Canção de Lisboa - Jorge Palma e João Pedro Pais

Wilpena Pound, Flinders Range National Park

Wilpena Pound, Flinders Range National Park

Palm Valley. Northern Territory

Kings Canyon

Kings Canyon

Tood River, Alice Springs

terça-feira, 10 de maio de 2011

森の木琴

VIDA

http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/pros-contras/


Pedro Silva Pereira/Eduardo Catroga. Frente-a-frente pela primeira vez depois do acordo com a "troika". Conseguirá o Pais cumprir os objetivos? Os dois principais negociadores, cara-a-cara, no palco do maior debate da televisão. Diferentes lados... Unidos pelo mesmo caminho... Em defesa do futuro de Portugal. Participam ainda, na plateia, personalidades de ângulos diversos da sociedade portuguesa, da economia, à ciência, passando pela criatividade. Em direto de Luanda vai estar ainda António Pires de Lima.

http://videos.sapo.pt/epAucZHI0auvanZMngL7


http://vimeo.com/obny/videos


https://www.youtube.com/watch?v=qFqhhimhpKo&feature=player_embedded

http://www.worldleaders.columbia.edu/participants/jos%C3%A9-s%C3%B3crates-0

Mary and Max parte 9 sub español



http://tissoupapres.blogspot.com/

Mary And Max (Final Scene)

Niña Pastori. "Contigo", subtitulada en español



poema de Pablo Neruda

Trailer Oficial Mary & Max legendado

O que os finlandeses deviam saber sobre Portugal (com legenda)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

"Retratos de uma Tempestade



"When Alabama resident Patty Bullion found tornado-blown letters, photographs and documents from more than 100 miles away after the recent storm that devastated the South, she wanted to return them from whence they came.

You’ve probably heard about the Facebook page Patty started, where she invited everyone to post pictures and items they found in hopes of matching them up with their owners.

“Portraits from a Storm” is a poignant and beautifully produced video that lets Patty tell her story in her own words."

via
http://mashable.com/2011/05/06/tornado-lost-found-video/

11 burros caem no estômago vazio

11 burros caem no estômago vazio from Tiago Pereira on Vimeo.




Surrealismo popular vencedor do doc lisboa 2006

http://vimeo.com/5638440

Mãos Verdes

MINHA ESTUFA



http://maosverdes.blogspot.com/

Fernando Pessoa

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glitters

Recados, Fotos, Imagens - Torpedo Gratis

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http://www0.rtp.pt/play/#/?tv%253D64%2526fbtitle%253DRTP%20Play%20-%20RTP%20N%252C%20emiss%C3%A3o%20online%20em%20direto%2526fbimg%253Dhttp%253A%252F%252Fimg0.rtp.pt%252Fmultimediahtml%252Flogs%252FRTPN.jpg%2526fburl%253Dhttp%253A%252F%252Frtp.pt%252Fplay%252F%253Ftv%253D64




Sabugueiro

http://www.fitoterapicos.info/sabugueiro.php

dj tiesto titanic

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Mário de Sá Carneiro

Cabo Verde - Ilha do Sal -Olho Azul


Num sonho de Íris morto a oiro e brasa,
Vem-me lembranças doutro Tempo azul
Que me oscilava entre véus de tule -
Um tempo esguio e leve, um tempo-Asa.

Então os meus sentidos eram cores,
Nasciam num jardim as minhas ânsias,
Havia na minha alma Outras distâncias -
Distâncias que o segui-las era flores...

Caía Oiro se pensava Estrelas,
O luar batia sobre o meu alhear-me...
- Noites-lagoas, como éreis belas
Sob terraços-lis de recordar-me!...

Idade acorde de Inter-sonho e Lua,
Onde as horas corriam sempre jade,
Onde a neblina era uma saudade,
E a luz - anseios de Princesa nua...

Balaústres de som, arcos de Amar,
Pontes de brilho, ogivas de perfume...
Domínio inexprimível de Ópio e lume
Que nunca mais, em cor, hei-de habitar...

Tapetes de outras Pérsias mais Oriente...
Cortinados de Chinas mais marfim...
Áureos Templos de ritos de cetim...
Fontes correndo sombra, mansamente...

Zimbórios-panteões de nostalgias,
Catedrais de ser-Eu por sobre o mar...
Escadas de honra, escadas só, ao ar...
Novas Bizâncios-Alma, outras Turquias...

Lembranças fluidas... Cinza de brocado...
Irrealidade anil que em mim ondeia...
- Ao meu redor eu sou Rei exilado,
Vagabundo dum sonho de sereia...

(Mário de Sá Carneiro)

Dia Internacional dos Bombeiros

Sociedade Civil - Magazines RTP 2 - Multimédia RTP

Multimédia RTP - Antena Aberta

Multimédia RTP

PPC 5 p meia noite

O Grande Sinal

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZLNaBbgYjWSwbJ05mi-2BSS1sRlQDIfRZibJgaiLelEQXjODe_tp1TIOlnK-pAFx2zHGD3iKlTADa-8Lfwu_jm0LmIzKQjOTC5PQu5WsezGQMIZYs8uQFsKHaW2Z8TFdnlc29H-jiNhY/s1600/passoscoelho_ograndesinal.jpg


http://corporacoes.blogspot.com/

quarta-feira, 4 de maio de 2011

PJ Harvey - Bitter Branches (Let England Shake)



http://youtu.be/lAAzgBTu7xk

PJ Harvey - Written On The Forehead

Yosebu - Knowledge In Silence - music video by JumpCut Productions



http://youtu.be/u3P__OmHeoI

The Twilight Singers - Ballad of Pure Thought

VOCÊ SABE COM QUEM ESTA FALANDO???

City and Colour & The Coppertone - When I Lay My Burden Down

Vida marinha

Sabia que “Papa Shillingi” significa tubarão-baleia em suaíli (Kiswahili)?
Vale a pena ver este excepcional documentário que sensibiliza para a conservação da vida marinha.


PAPA SHILLINGI Whale shark documentary from Volker Bassen on Vimeo.












via
Oceanário de Lisboa

Adele - Someone Like You (on 'Later Live with Jools Holland') ORIGINAL

terça-feira, 3 de maio de 2011

L' appartement

O que é Felicidade Interna Bruta (FIB).

Noam Chomsky - Global Hegemony: the Facts, the Images, April 20, 2011.

Loreena Mckennitt - Dante's Prayer (Spanish Version)

Loreena McKennitt - Dante's Prayer + lyrics

"Dante's Prayer"

When the dark wood fell before me
And all the paths were overgrown
When the priests of pride say there is no other way
I tilled the sorrows of stone

I did not believe because I could not see
Though you came to me in the night
When the dawn seemed forever lost
You showed me your love in the light of the stars

Chorus:
Cast your eyes on the ocean
Cast your soul to the sea
When the dark night seems endless
Please remember me

Then the mountain rose before me
By the deep well of desire
From the fountain of forgiveness
Beyond the ice and the fire

Chorus

Though we share this humble path, alone
How fragile is the heart
Oh give these clay feet wings to fly
To touch the face of the stars

Breathe life into this feeble heart
Lift this mortal veil of fear
Take these crumbled hopes, etched with tears
We'll rise above these earthly cares

Chorus

Please remember me
Please remember me...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Dias com Árvores

É contado por Píndaro a este propósito que chegando Alexandre - o Grande - à cidade do filósofo pediu que o levassem até ele pois dele conhecia as ideias e admirava-as. Com a sua imponente comitiva (como lembra Maquiavel: o poder naqueles tempos avaliava-se pela poeira levantada pelos acompanhantes de um homem), Alexandre, o Grande, deparou com Diógenes sentado no chão, exercendo, absorto, a sua preguiça. Depois de uma pausa solene, e saindo do meio dos seus subservientes acompanhantes, Alexandre dirigiu-se a Diógenes e proclamou:
- Estás perante o grande Alexandre; o que lhe tens a dizer?
Diógenes, o filósofo, olhou para Alexandre, o Grande, e respondeu:
- Não se importa de se desviar um pouco. É que me está a tapar o sol.
(...)
Descia Mercatore umas pequenas escadas quando deparou com o filósofo, pobremente vestido, sentado no chão, costas contra a parede, a comer lentilhas.
Arrogante, mais do que era seu costume, cheio de vaidade pela riqueza que ostentava e pelo estômago farto, Mercatore disse, para Diógenes:
- Se tivesses aprendido a bajular o rei, não precisavas de comer lentilhas.
E riu-se depois, troçando da pobreza evidenciada por Diógenes. O filósofo, no entanto, olhou-o ainda com maior arrogância e altivez. Já tivera à sua frente Alexandre, o Grande, quem era este, agora? Um simples homem rico?
Diógenes respondeu. À letra:
- E tu – disse o filósofo – se tivesses aprendido a comer lentilhas, não precisavas de bajular o rei.

Gonçalo M. Tavares, Histórias Falsas (Campo das Letras, 2005)


via

http://dias-com-arvores.blogspot.com/

Ry Cooder & Manuel Galbán - Bolero Sonámbulo

Teixeira de Pascoaes

Ausencia

Lúgubre solidão! Ó noite triste!
Como sinto que
falta a tua Imagem
A tudo quanto para mim existe!

Tua bemdita e
efémera passagem
No mundo, deu ao mundo em que viveste,
Á nossa bôa e
maternal Paisagem,

Um espirito novo mais celeste;
Nova Forma a
abraçou e nova Côr
Beijou, sorrindo, o seu perfil agreste!

E ei-la
agora tão triste e sem verdor!
Depois da tua morte, regressou
Ao seu
velhinho estado anterior.

E esta saudosa casa, onde brilhou
Tua voz
num instante sempiterno,
Em negra, intima noite se occultou.

Quando
chego á janela, vejo o inverno;
E, á luz da lua, as sombras do arvoredo
Lembram as sombras pálidas do Inferno.

Dos recantos escuros, em
segredo,
Nascem Visões saudosas, diluidos
Traços da tua Imagem, arremêdo

Que a Sombra faz, em gestos doloridos,
Do teu Vulto de sol a
amanhecer…
A Sombra quer mostrar-se aos meus sentidos…

Mas eu
que vejo? A luz escurecer;
O imperfeito, o indeciso que, em nós, deixa
A
amargura de olhar e de não vêr…

A voz da minha dôr, da minha queixa,

Em vão, por ti, na fria noite clama!
Dir-se-á que o céu e a terra, tudo
fecha

Os ouvidos de pedra! Mas quem ama,
Embora no silencio mais
profundo,
Grita por seu amor: é voz de chama!

E eu grito! E encontro
apenas sobre o mundo,
Para onde quer que eu olhe, aqui, além,
A tua
Ausencia tragica! E no fundo

De mim proprio que vejo? Acaso alguem?

Só vejo a tua Ausencia, a Desventura
Que fez da noite a imagem de tua
Mãe!

A tua Ausencia é tudo o que murmura,
E mostra a face triste á
luz da aurora,
E se espraia na terra em sombra escura…

Quem traz o
outomno ao meu jardim agora?
Quem muda em cinza o fogo do meu lar?
E
quem soluça em mim? Quem é que chora?

É a tua Ausencia, Amôr, que vem
turbar
Esta alegria etérea, nuvem, asa
De Anjo que, ás vezes, passa em
nosso olhar!

O Sol é a tua Ausencia que se abrasa,
A Lua é tua
Ausencia enfraquecida…
Da tua Ausencia é feita a minha vida
E os meus
versos tambem e a minha casa.

[Teixeira de Pascoaes]

http://educar.wordpress.com/

Cesária Évora - Saudade

Era - Mother